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Justiça revoga prisão de cuidadora indiciada por homicídio após esquecer bebê em carro

A Justiça revogou a prisão preventiva da cuidadora que esqueceu um bebê de 2 anos no carro em Bauru (SP) no último dia 25 de agosto. O menino morreu após ficar mais de 3 horas no veículo no dia mais quente do ano até então.

Gláucia Aparecida Luiz, de 35 anos, foi indiciada por homicídio com dolo eventual e estava presa na penitenciária de Pirajuí. Ela deixou a penitenciária nesta quinta-feira (9) após a decisão da Justiça.

De acordo com o advogado de defesa da cuidadora, o juiz 4.ª Vara Criminal, dr. Fabio Correia Bonini aceitou o pedido de liberdade ingressado pela defesa na Justiça no último dia 3 de setembro.

Segundo o advogado Lucas Hamada, a Justiça aceitou o argumento da defesa de que Gláucia não preenche os requisitos para que seja mantida a prisão preventiva.

Em nota, a defesa também reforçou que a cuidadora sempre estará à disposição da Justiça e que até esta data não houve a denúncia do Ministério Público, não sendo possível concluir se Glaucia responderá pelo crime doloso ou culposo.

Também em nota, o MP informou que o promotor de Justiça Criminal de Bauru, Alex Ravanini Gomes, ainda não tomou ciência formal da decisão.

A nota esclarece ainda que o “MPSP fez manifestação contrária ao deferimento da liberdade, não houve formal denúncia do caso, porque há diligência em andamento a ser cumprida pelo Instituto de criminalística (perícia nas imagens e horários relativos ao fato), além de outras diligências relevantes às circunstâncias do fato”.

Esquecido no carro

 

O menino Arthur Oliveira dos Santos, filho do casal Fabrício Lucas dos Santos e Karina Oliveira de Souza dos Santos, estava sob os cuidados da suspeita no dia 25 de agosto. Segundo a polícia, Glaucia cuidava de mais de 10 crianças em sua casa com ajuda da filha, uma adolescente de 16 anos. O local funcionaria como uma creche, porém de forma irregular.

Para a polícia, Glaucia disse que saiu para levar uma das crianças e, como ela estava com outras três, entre elas Arthur, e não tinha onde deixá-los, todos foram levados juntos. Ela disse também que, ao voltar para casa, deixou Arthur por apenas 15 minutos no carro porque precisou trocar umas das crianças

 

Porém, imagens de circuito de segurança registraram o momento em que ela estaciona o carro, por volta da 13h45. E quando ela finalmente percebe que a criança está no carro, o relógio marcava 16h51.

As imagens também mostram Arthur se mexendo no carro por volta das 14h. Ele aparece no banco da frente próximo ao para-brisa, dando a impressão que tentava abrir a porta e bater no vidro.

O menino ficou por três horas no veículo no dia que foi o mais quente do ano até então, quando registrou 35,3°C às 16h. Segundo o pai de Arthur, o filho ficava sob os cuidados de Glaucia desde outubro do ano passado e nunca tinha se queixado de nada.

Com relação a atividade da creche irregular, a delegada da DDM informou que se trata de uma questão administrativa e não configura crime. Disse que prefeitura foi relatada dos fatos para fazer a fiscalização da qual é responsável.

Em nota, a Secretaria de Educação informou que faz a fiscalização de creches clandestinas quando há denúncias. Sendo constatada irregularidade, a pasta aciona os órgãos responsáveis, como Seplan, Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros, que podem autuar ou interditar o espaço.

Fonte: G1 Bauru e Marília.

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