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Banner com linguagem neutra exposto na Unesp viraliza e gera críticas nas redes sociais: ‘Bem-vindes’

Um banner exposto na entrada de uma universidade em Bauru

, no interior de São Paulo, escrito com linguagem neutra viralizou nas nas redes sociais e dividiu opiniões. O cartaz diz: “Bem-vindes ingressantes 2020, 2021 e 2022”.

Na internet, várias pessoas criticaram o banner. Entre as publicações, está a de uma influenciadora com a legenda: “Esse povo nem sabe que BEM-VINDO leva hífen, mas tenta mudar a língua portuguesa. Gênios”, escreve. A postagem tem mais de 23 mil comentários.

Os alunos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) foram recebidos pela comunidade acadêmica no dia 7 de março, com o início do ano letivo, após dois anos de aulas suspensas por conta da pandemia de Covid-19.

De acordo com a diretora da Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design (FAAC) e presidente do grupo administrativo do campus, Fernanda Henriques, o intuito do cartaz publicitário é justamente receber os alunos dos três últimos anos, que não vivenciaram a experiência universitária presencialmente.

“Não é o primeiro ano que fazemos esse cartaz. Já fizemos em outros anos e não tivemos nenhum problema. Esse ano, com a motivação de acolher as pessoas, a ‘piada’ era colocar vários outros anos, 2020, 2021 e 2022, porque eles também são, de fato, ingressantes”, afirma.

Fernanda explicou que o banner é publicitário e, por conta disso, possui licença para ser produzido e confeccionado com liberdade criativa, em acordo com o que foi solicitado.

“A linguagem publicitária permite certa licença, na qual não é preciso seguir todas as regras gramaticais obrigatórias na linguagem documental”, continua Fernanda.

 

Para além das regras gramaticais, a diretora ressalta que a linguagem é viva, está em constante movimento e sofre alterações ao longo dos anos.

Cada vez mais comum nas redes sociais e entre membros da comunidade LGBTQIA+, a linguagem tem como objetivo adaptar o português para o uso de expressões neutras a fim de que as pessoas não binárias (que não se identificam nem com o gênero masculino nem com o feminino) ou intersexo se sintam representadas.

Trata-se da substituição dos artigos feminino e masculino por um “x”, “e” ou até pela “@” em alguns casos. Assim, “amigo” ou “amiga” virariam “amigue” ou “amigx”. As palavras “todos” ou “todas” seriam trocadas, da mesma forma, por “todes”, “todxs” ou “tod@s”. A mudança, como é popular principalmente na internet, ainda não tem um modelo definido.

Há também a defesa da adoção do pronome “elu” para se referir a qualquer pessoa, independente do gênero, de maneira que abranja pessoas não-binárias ou intersexo que não se identifiquem como homem ou como mulher.

Fonte: G1( Foto: Reprodução/Facebook)

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