Uma professora da rede municipal do Rio de Janeiro foi presa em flagrante nesta sexta-feira (7) por suspeita de injúria racial contra uma aluna de 8 anos.
Segundo a mãe da criança, na quarta (5) a professora chamou a aluna de “lixo”, disse que ela “fuma crack” e arremessou bolas de papel na direção da garota. Na sexta (7), ainda segundo a mãe, a docente chamou a aluna de “preta do cabelo duro”.
O caso aconteceu na escola municipal Estados Unidos, no Catumbi, no centro do Rio de Janeiro.
A mãe conta que registrou na ata da escola os dois episódios e na sexta chamou a Polícia Militar. Agentes do 4° BPM (São Cristóvão) estiveram no local e prenderam a professora em flagrante.
Durante a ocorrência, segundo a polícia, a servidora passou mal e foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros a um hospital municipal da região. Pais e responsáveis fizeram um protesto na porta da escola pedindo justiça.
Após sair do hospital, a professora foi levada à 19ª DP (Tijuca) e autuada pelo crime de injúria racial. Ela passará por audiência de custódia.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa da professora até a publicação deste texto.
A servidora, cujo nome não foi informado pela prefeitura, foi afastada das funções pela Secretaria Municipal de Educação, que instaurou sindicância. A pasta afirmou que ela pode ser exonerada ao término da apuração.
“Qualquer forma de discriminação contra alunos é inadmissível, rigorosamente combatida e punida”, disse a secretaria, em nota.
A mãe da aluna afirmou que já haviam sido feitas queixas à direção da escola a respeito das atitudes da professora, inclusive por um grupo de alunos.
Ela afirma que a professora chegou a ser questionada pelos pais, durante reunião, por que batia com um pedaço de madeira na mesa, já que isso assustava os alunos, e respondeu, ainda segundo relato da mãe, que essa era sua forma de agir.
A prefeitura disse que os alunos e os responsáveis foram acolhidos e receberam apoio da equipe gestora.
Afirmou ainda que a secretaria de Educação foi “uma das pioneiras no Brasil ao instituir a Gerência de Relações Étnico-Raciais (GERER), dedicada a implementar políticas e práticas educativas que combatam o racismo e valorizem a história e a cultura afro-brasileira e indígena”.
A mãe diz ainda que após sentir muita revolta pelas ofensas sofridas pela filha, agora está aliviada que a aluna não estudará mais com essa professora.
Fonte: Sampi / JCNET (Foto: Reprodução/Facebook)