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Febre maculosa: veja as ações adotadas pela Prefeitura de Campinas após três mortes pela infecção na cidade

Dois homens e uma mulher morreram após irem a evento na Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio. Vigilância fez alerta para quem esteve no local e tiver sintomas procure atendimento.

A Prefeitura de Campinas (SP) intensificou ações de combate à febre maculosa, após três pessoas serem infectadas na cidade e morreram dias depois. A administração fez um alerta para pessoas que foram aos locais e tiverem sintomas como febre, dor no corpo e manchas vermelhas na pele procurem imediatamente um atendimento médico.

A metrópole é uma área endêmica para a infecção e tem mapeada pelo menos 12 áreas de risco, entre elas a região da Fazenda Santa Margarida, onde aconteceu a “Feijoada do Rosa”, espaço onde as três vítimas estiveram e foram infectadas. O governo municipal confirmou, na terça, que há um surto no local.

De acordo com a diretora do Devisa, Andrea Von Zuben, a sinalização dos locais de risco será intensificada com mais placas. Além disso, todas as áreas que receberem eventos, deverão ampliar os avisos e os organizadores devem garantir que todos os frequentadores serão avisados que estão em uma área que pode ter incidência de febre maculosa.

“A arma que a gente tem é a comunicação. O índice de carrapatos que têm a bactéria da febre maculosa é baixíssimo. Então, ser infectado, é ganhar na Mega-Sena ao contrário. É difícil. Mas se você perguntar, se é difícil, como que tem um surto? É porque Campinas é uma área endêmica pelas características do local. Tem muita área de mata e historicamente, no Brasil, é onde mais tem a doença, é como a malária na Amazônia”, pontuou Andrea.

Além disso, a prefeitura fará uma capacitação aos profissionais de saúde para orientar sobre o diagnóstico precoce da febre maculosa. “A doença é muito possível de ter cura se tratada pelo menos 72 horas depois do início dos sintomas. Depois disso, começa a ficar difícil, então é importante essa ação rápida”, disse o prefeito Dário Saadi (Republicanos).

Além da “Feijoada do Rosa”, o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) da metrópole também investiga um show do cantor Seu Jorge, no dia 3 de junho, com aproximadamente 10 mil pessoas.

O segundo evento entrou no radar da administração após a notificação de outro caso suspeito de febre maculosa em uma mulher que está internada e foi ao show. Ela tem 38 anos, mora em Campinas e está em um hospital particular da cidade. Segundo a Vigilância, ela começou os sintomas no dia 10 de junho, está bem e aguarda confirmação do exame laboratorial.

As três pessoas que já tiveram os exames confirmados para febre maculosa morreram no dia 8 de junho, após sentirem sintomas como febre, dor e erupções vermelhas pela pele. As vítimas são: Evelyn Santos, de 28 anos, que morava em Hortolândia (SP) e foi professora em faculdade de odontologia; a dentista Mariana Giordano, de 36 anos, e o namorado dela, o empresário piloto de Fórmula C300 Douglas Costa, de 42 anos.

Na noite de terça-feira (13), a Prefeitura de Campinas confirmou a morte de uma adolescente de 16 anos que também esteve na mesma festa e tinha suspeita da doença. Ela estava internada em um hospital particular da metrópole desde o dia 9 de junho e a confirmação da causa também depende de análise pelo Adolfo Lutz.

A festa onde três pessoas contraíram febre maculosa e morreram dias depois reuniu 3,5 mil pessoas e é uma tradicional celebração em Campinas (SP). A “Feijoada do Rosa”, realizada no dia 27 de maio na Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, teve, em 2023, sua 22ª edição.

Dos 22 anos da “Feijoada do Rosa”, os últimos dez foram realizados na Fazenda Santa Margarida. O evento sempre reúne DJs de música eletrônica. O kit de ingressos para a edição deste ano tinha valores altos e incluía, além da entrada, que dava direito a comida e bebida, um abadá personalizado com a marca da festa. Os bilhetes chegaram a custar, na pré-venda, R$ 750.

Os eventos na Fazenda Santa Margarida estão suspensos até que seja apresentado um plano de contingência ambiental e de comunicação pelos responsáveis. O local ficará fechado por 30 dias.

Em nota, a Fazenda Santa Margarida alegou que sempre age de acordo com as exigências relacionadas à Vigilância Sanitária e que mantém um rigoroso processo de manutenção e cuidados.

Fonte: G1 (Foto: Redes sociais)

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