Com capas personalizadas contendo os nomes dos pequenos pacientes, a equipe de enfermagem insere o material por cima da máquina que realiza a quimioterapia explicando à criança que ela receberá “superpoderes” que vão auxiliar em sua recuperação.
As capas são de EVA (Etil Vinil Acetato) e produzidas pela própria equipe da enfermagem. “A criança coloca na cabeça que aquilo não é um medicamento”, explica a enfermeira do HCFMB Cristiane Mesquita Ramos Cavalheiro.
As enfermeiras Carina Rodrigues do Nascimento e Cristiane Mesquita Ramos Cavalheiro
Para os profissionais de saúde que protagonizam a ação, a medida permite criar uma conexão maior com os pacientes pediátricos. “Isso aproxima ainda mais nossa relação com o paciente”, lembra Carina Rodrigues do Nascimento.
A iniciativa foi criada há sete anos e a percepção dos profissionais de saúde e dos próprios acompanhantes é que a medida contribui para minimizar os efeitos da medicação quimioterápica.
Impacto dos “superpoderes”
Tamires dos Santos Silva, de Piraju (SP), é mãe de José Miguel da Silva Barbosa, de sete anos. O menino deu entrada na Enfermaria de Pediatria do HCFMB no dia 7 de maio e, desde então, tem enfrentado sessões de quimioterapia.
José Miguel e sua mãe Tamires no HCFMB
De acordo com Tamires, a abordagem das enfermeiras com seu filho fez toda diferença para que ele pudesse receber a medicação de forma natural. “Ele não teve efeito colateral”, pontua.
Ao longo das sessões de quimioterapia, José Miguel recebia a capa de diferentes personagens, dentre eles o Homem Aranha, um de seus super-heróis preferidos.
A mãe do pequeno ressaltou que a notícia de um câncer é algo “pesado” e que iniciativas desta natureza são lúdicas para a criança, que é capaz de ficar mais alegre neste momento sensível.
“Só tenho que agradecer. Elas (enfermeiras) brincam, tornam as coisas mais leves, fazem de tudo para que o Hospital seja um lugar mais confortável”, finaliza Tamires. (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu)