“Eu tinha vontade de ter um projeto social fora da minha empresa em que eu investisse para apoiar a causa animal”, diz o empresário do ramo de tecnologia, Renan Salinas, que há um ano e meio teve a ideia de criar o “Tindau”, um aplicativo com filtros de seleção para adoção de cães e gatos que vai funcionar em todo o país.
O empresário conta que o intuito do projeto é promover uma adoção consciente em que durante o processo, os futuros donos possam saber se o animal desejado é realmente compatível com o local onde vivem e o seu modo de vida.
“Eu sempre falo que ando pela rua, vejo pets abandonados e tenho vontade de ir pegando todos, mas obviamente não consigo. Então pensei em como poderia fazer para ajudar juntando as minhas duas paixões: pets e tecnologia”, conta.
Renan destaca que apesar de já existirem nas redes sociais contas que ajudam no processo de adoção de pets, a falta de filtros faz com que as pessoas não pensem em todos os quesitos antes de fazer a adoção e, dessa forma, o reabandono continua acontecendo.
“A tecnologia ajuda no processo de adoção com as páginas no Facebook, por exemplo, mas não tem um filtro, tem tudo de tudo, e eu não acho que colocar um filtro no processo de adoção seja ruim. Porque hoje a taxa de reabandono no Brasil é muito alta e isso se deve porque as pessoas não pensam em todos os quesitos antes de fazer a adoção. Então a ideia do ‘Tindau’ é que você consiga colocar filtros de acordo com as características do lugar onde você vive.”
O empresário está realizando parcerias com ONGs que cuidam de animais abandonados disponíveis para adoção e a partir das informações disponibilizadas pelas instituições, os pets serão cadastrados no aplicativo.
Além disso, qualquer pessoa que precise doar um pet também pode se cadastrar no aplicativo e registrar o animal para buscar um novo dono, sem que tenha ligação com qualquer ONG.
“Vamos ter o cadastro específico de ONGs que vão poder fazer um trabalho de divulgação dos pets delas e quando a pessoa interessada acessar o app vai conseguir ver todas as informações sobre o pet e as respectivas ONGs. E qualquer pessoa que utilizar o aplicativo vai poder fazer o cadastro de pets que possam ser adotados”, explica Renan.
‘Encontro inteligente’
“Tindau” oferece uma série de filtros para que as pessoas possam ter informações mais completas sobre o pet que deseja adotar — Foto: Renan Salinas/ Arquivo pessoal
Com o aplicativo, as pessoas interessadas em adotar um novo companheiro podem definir um perímetro para a busca e, assim, filtrar os pets disponíveis naquela região. Ao selecionar as fotos dos animais serão disponibilizadas todas as informações sobre eles.
“Assim que a pessoa fizer o login no aplicativo ela vai escolher em qual distância quer encontrar os pets para a adoção. A partir daí vão aparecer os animais disponíveis naquele perímetro. Ao clicar nos pets que aparecerem serão mostradas informações sobre a raça, como o pet melhor se adapta, se é macho ou fêmea, o porte, se já foi vacinado e vermifugado”, fala o empresário.
Segundo Renan, a possibilidade de consultar informações mais específicas para fazer uma adoção mais consciente fazem com que o possível novo tutor do pet tenha mais clareza sobre a real possibilidade de conseguir cuidar do animal.
“A ideia do ‘Tindau’ é que ocorra um encontro inteligente para ambas as partes. Mitigar a parte do abandono, porque o argumento ignorante de quem abandona é que o pet não servia pra ele. Por exemplo, com as informações que estão no app, quem vive em um apartamento pode pegar um pet menor, em uma casa grande, o de porte médio, às vezes fêmea é melhor pra pessoa também, esse tipo de coisa.”
Um processo de entrevista entre o doador e o futuro tutor também deverá ser feito antes que a adoção seja concluída. Quando o interessado der um “like” no pet, ele entra automaticamente na lista de espera.
Desse modo, o doador pode entrar em contato e ter uma conversa prévia para saber porque a pessoa deseja adotar e definir se irá concluir a adoção.
“Vai ter um processo de entrevista ali entre quem quer adotar e quem está dando para a adoção. A partir do momento em que você dá um like no pet, entra na lista de interessados e já vai estar ali na ordem de quem se interessou. Assim, as pessoas vão conseguir conversar antes para que seja realmente um processo de adoção consciente”, esclarece.
Além da adoção
Renan Salinas acredita que os filtros do aplicativo vão promover uma adoção mais consciente e diminuir a taxa de reabandono de pets — Foto: Social Bauru / Divulgação
O “Tindau” também vai ter uma aba para que os usuários possam fazer doações para as ONGs e protetores de animais cadastrados no aplicativo e que, muitas vezes, se mantém por meio da solidariedade.
“O aplicativo vai permitir que você entre não só para realizar uma doação, mas também para ajudar outras pessoas. Os usuários vão poder fazer doações para as ONGs e protetores de animais cadastrados”, relata Renan.
A previsão de lançamento do aplicativo é para agosto deste ano, anteriormente o “Tindau” iria estrear apenas em novembro, mas apesar de estar investindo sozinho, Renan acabou decidindo adiantar todos os processos. Com o lançamento, ele espera que outras pessoas se interessem pelo projeto e desejem investir.
“A previsão de lançamento seria para novembro, mas comecei a me empolgar com os feedbacks e investi mais. Ainda não consegui patrocinadores, mas consegui adiantar esse cronograma para agosto. E através do site as pessoas interessadas em patrocinar o projeto podem acessar uma parte para investimentos onde conseguem entrar em contato comigo”
Para o empresário, apaixonado por pets e dono de 4 cães, sendo 3 deles adotados, o projeto é uma oportunidade de conectar pessoas em todo o país em prol de adoções mais conscientes que podem promover uma queda na taxa de reabandono de animais domésticos.
“Eu espero realmente que eu realize esse sonho de ter menos pets nas ruas, poder conectar pessoas que estão buscando adotar os pets de uma forma mais intuitiva , fácil e que mitigue essa taxa de reabandono tão grande que existe no Brasil. Eu almejo que a gente seja o maior aplicativo de adoção de pets do país, não pelo viés financeiro, mas por saber que muitos pets vão conseguir ser adotados.”
Fonte: G1 Bauru e Marília.