O estado de São Paulo inicia, nesta segunda (27), a campanha de vacinação contra a poliomielite (paralisia infantil). A vacinação é voltada para todas as crianças menores de 5 anos e acontece em todas as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do estado até o dia 14 de junho.
A poliomielite, ou paralisia infantil, é causada pelo vírus da pólio, que havia sido erradicada na década de 1990, quando o país se tornou um local livre do patógeno. A vacinação é a única forma de prevenção da doença.
A maioria das pessoas infectadas não manifesta sintomas ou apresenta poucos sintomas e estes são parecidos com outras doenças virais como: febre, mal-estar, dor de cabeça, dor de garganta e no corpo, náuseas, vômitos, prisão de ventre, espasmos, meningite, rigidez na nuca.
A expectativa da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) é que 95% das crianças entre um e menores de 5 anos de idade sejam imunizadas. No estado de São Paulo, de acordo com Painel de Monitoramento da Coberturas Vacinais do Ministério da Saúde, a cobertura vacinal foi de 77,13% em 2022 e 85,65% em 2023
A cobertura vacinal da poliomielite no país apresenta resultados abaixo da meta de 95% desde 2016. No ano passado, a cobertura da primeira dose chegou a 84%, um aumento de 7 pontos percentuais em relação a 2022, afirmou a ministra Nísia Trindade em entrevista a jornalistas em abril deste ano.
De acordo com Luciana Phebo, chefe de Saúde e Nutrição do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), em entrevista à Folha, a queda da cobertura pode ser atribuída, ainda, ao “sucesso da vacina”. “Ninguém mais via caso de pólio no Brasil. O fato das vacinas terem funcionado bem propiciou um ambiente em que essas doenças não mais preocupavam os brasileiros”, disse ela. Desde a baixa na procura, o Brasil corre um risco de retorno da poliomielite.
O Ministério tenta estratégias para melhorar a adesão às vacinas. Segundo a ministra, em 2023 houve uma destinação de R$ 6,5 bilhões para a compra de imunizantes e, em 2024, o número vai a R$ 10,4 bilhões.
A melhora no cenário em 2023 foi atribuída pela pasta à estratégia de planejamento de atividades de vacinação, uma parceria com a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). O método é focado em UBSs (Unidades Básicas de Saúde) a nível local para atingir as metas de vacinação, a partir da organização sistemática das atividades de imunização e com participação de líderes de comunidades.
Durante a campanha de vacinação, podem ser atualizadas as doses do calendário infantil. Basta comparecer à unidade de saúde com a carteira de vacinação ou utilizando os dados do e-SUS.
Calendário da vacinação infantil
- BCG (dose única ao nascer)
- Hepatite B (dose ao nascer)
- Poliomielite 1, 2 e 3 (vacina inativada –três doses aos dois, quatro e seis meses– e dois reforços com oral)
- Poliomielite 1 e 3 (vacina oral atenuada – doses de reforço aos 15 meses e 4 anos)
- Rotavírus humano (duas doses –dois e quatro meses)
- Pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae b) –três doses com dois reforços da DTP (dois, quatro e seis meses)
- Pneumocócica conjugada (duas doses –dois e quatro meses– e um reforço aos doze meses)
- Meningocócica (duas doses –três e cinco meses– e um reforço aos doze meses)
- Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) –duas doses aos doze meses
- Tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) –uma dose aos 15 meses
- Hepatite A (uma dose aos 15 meses)
- DTP (difteria, tétano e pertussis –três doses com dois reforços– aos 15 meses e 4 anos)
- dT (difteria e tétano) –três doses (considerar as doses anteriores de penta e DTP) a partir dos 7 anos
- HPV quadrivalente (duas dose –9 a 14 anos)
- Pneumocócica 23-valente (duas doses a partir dos 5 anos)
- Varicela (catapora –uma dose a partir dos 4 anos)
- Febre amarela (atenuada –uma dose aos nove meses– e um reforço aos 4 anos)
Fonte: Sampi / JCNET (Foto: Arquivo/Agência Brasil)