O projeto de ampliação das casas de 15 m² construídas para abrigar famílias da ocupação Nelson Mandela, em Campinas (SP), prevê a construção de uma sala, uma cozinha, dois quartos e dois banheiros, totalizando 54,7 m² (veja detalhes abaixo).
Ao g1, o vice-prefeito da metrópole, Wanderley de Almeida, afirmou nesta segunda-feira (19) que o custo para as reformas será do morador, e um novo financiamento destinado à ampliação deve ser discutido com as famílias futuramente, após o fim das obras, levando em consideração a “realidade financeira” de cada uma.
A construção dos novos cômodos corresponde à segunda etapa do projeto e terá suporte técnico da prefeitura, segundo Almeida. Os recursos devem ser viabilizados através do Fundo de Apoio à População de Sub-Habitação Urbana (Fundap) ou por meio de kits de materiais.
“Eles [moradores] estão pagando o lote e o embrião nós financiamos. Vai ter um custo e eles vão precisar depois, cada um com a sua realidade, ver o que podem e em que tempo eles vão poder fazer essa ampliação. Nós vamos dar o suporte e ajudar a financiar também. Seja com kit de material, ou uma nova contratação por parte deles para poder ampliar”, diz o vice-prefeito.
A administração municipal prevê que os “embriões residenciais” sejam finalizados no período de quatro meses. Segundo o vice-prefeito, caberá às famílias decidir sobre a eventual ampliação do imóvel após a finalização da primeira etapa.
“É de acordo com a realidade de cada morador, porque eles já vão ter uma despesa com o lote que gira em torno de R$ 27 mil. Eles têm um custo do embrião de R$ 21 mil. Então pode ser que a família não queira no primeiro momento já avançar por uma ampliação”, afirma.
Ainda de acordo com Almeida, outras ocupações da metrópole manifestaram interesse em soluções similares aos “embriões”. “Porque é um loteamento com toda a infraestrutura, asfalto, água, luz, uma realidade que tem bairro convencional que não tem”, explica Almeida.
Críticas do presidente
Em um evento realizado no Pará no final de semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre o tamanho das moradias e comparou com programas habitacionais do Governo Federal que, segundo ele, terão residências de 41 m².
População beneficiada
A coordenação da ocupação Nelson Mandela, que será beneficiada com as moradias, afirmou que os imóveis se tratam de um “embrião” e que a iniciativa é uma vitória. “Estes embriões foram uma conquista, diante do que podia ser construído no prazo de 4 meses que o juiz fixou. O embrião não é a casa em si. As famílias conquistaram seus lotes de 90 m² e as casas ainda serão construídas com o tempo. Vemos os lotes e os embriões como uma vitória fruto de uma história de lutas da Comunidade, mas a luta continuará”, afirma a coordenação em comunicado.
As famílias da ocupação estavam assentadas em uma área de cinco mil metros quadrados desde 2017, quando uma reintegração de posse do antigo terreno desabrigou 600 famílias que viviam no Jardim Capivari. Na ocasião, a ação de policiais militares, oficiais de Justiça e representantes de secretarias municipais resultou em confusão e incêndio de barracos.
Fonte: G1