O assassinato de Mônica Cavalcante, 26, no último domingo, causou grande comoção em São José Tapera, no sertão alagoano. Entretanto, há um silêncio na cidade. Ninguém fala sobre o caso, e o motivo é o temor de retaliação por parte do suspeito do crime, o marido da vítima.
Classificado como um homem violento e que intimida as pessoas, o suspeito está sendo procurado pela polícia. Familiares da vítima que moram na cidade, de 32 mil habitantes, não aceitam falar com a imprensa sobre o crime, menos ainda sobre o relacionamento de Mônica com o marido —ao menos até que ele seja preso.
O que houve Mônica foi atingida por um tiro, que acertou primeiro sua mão direita (um movimento de defesa), depois perfurou o pulmão e atingiu a coluna vertebral. Segundo a necropsia feita no IML de Arapiraca, a perfuração pulmonar causou “volumosa hemorragia.”
Pouco antes de morrer, ela gravou vídeos e deixou em seu celular afirmando que estava escapando do marido, mas que se fosse morta, ele seria o responsável. Mônica foi assassinada na frente de sua casa após uma discussão com o marido, segundo as investigações. Em seguida, ele fugiu. Eles eram casados havia 10 anos.
O suspeito é filho de um policial militar reformado de Sergipe, que juntos sempre impuseram medo na cidade, de acordo com moradores ouvidos pela coluna. “Eles são figuras que ninguém se atreve a falar contra”, conta um morador, sob condição de anonimato. O suspeito teve a prisão preventiva decretada ontem pelo juiz da cidade, Leandro de Castro Folly.
Até mesmo a publicação da prefeitura de condolências chamou a atenção porque não cita que houve assassinato, mas sim um “falecimento” da mulher. O termo usado recebeu vários comentários com críticas, que pediram alteração (até a manhã de hoje isso não havia ocorrido).
À imprensa, o prefeito Jarbas Ricardo (MDB) disse que a postagem não foi feita com intenção de omitir que o caso foi assassinato. “Todos da cidade sabem o que houve. Estive lá na casa da avó no momento que soube, fui ao enterro. Não há qualquer temor, senão não teria ido lá. Isso é caso de polícia, não de prefeitura”, declarou.
Fonte: Uol (Foto: Redes sociais da Prefeitura de São José da Tapera)