O homem preso na manhã desta quinta-feira (3), em Praia Grande (SP), suspeito de filmar o estupro do próprio enteado era produtor de vídeos e trabalhava com crianças e adolescentes em Campinas (SP) à época do crime, segundo a Polícia Civil.
De acordo com o delegado Mateus Rocha, da 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Campinas, o homem se apresentava como fotógrafo e filmmaker e prestava serviços para empresas que gravavam séries de TV, por exemplo.
“Ele buscava trabalhar sempre com crianças, então pode ser que haja novas vítimas que a gente precise identificar. Então, aos pais que porventura tenham filhos que realizaram algum tipo de trabalho artístico com filmagens ou fotografias nos últimos 2 a 3 anos, fiquem atentos. Caso haja relato de algum tipo de abuso praticado, que nos relatem aqui na DDM”, alerta Rocha.
Ainda de acordo com o delegado, o investigado tinha um estúdio improvisado na própria casa, para onde levava crianças e adolescentes. No local, ele deixava o celular ou uma câmera escondida, e depois assistia aos menores trocando de roupa.
O homem morava em Campinas, mas mudou-se para o litoral de São Paulo após descobrir que estava sendo investigado e ser confrontado pela ex-companheira, de acordo com a instituição. Ele deve responder por estupro de vulnerável e registro, distribuição e armazenamento de pornografia infantil.
“[Ele] Disse que tinha medo de ser preso, porque é um crime que tem uma grave repercussão, inclusive entre os detentos. Ele tinha medo de sofrer represálias, então ao saber da investigação, ele imediatamente se mudou para o RJ, ficou um tempo por lá, e depois se mudou para Praia Grande”, diz o delegado.
Denúncia feita pela mãe
O caso é investigado pela Polícia Civil desde 2020. À época, um boletim de ocorrência foi registrado após a mãe da criança procurar a delegacia para denunciar o companheiro.
Aos policiais civis, a mulher relatou ter encontrado uma filmagem de estupro envolvendo um menor, que identificou como o próprio filho, e um homem adulto, que acreditava ser o companheiro. O arquivo havia sido excluído do computador.
Além disso, a mãe afirmou ter visto outros vídeos de pornografia infantil no equipamento, mas que não envolviam o companheiro ou a criança.
No momento da denúncia, a mulher levou a CPU do computador do companheiro para apreensão e perícia. Segundo a Polícia Civil, há “farta prova no inquérito policial eletrônico de pedofilia, estupro e produção de vídeos pornográficos infantis”.
Fonte: G1 (Foto: Wesley Justino/EPTV)