Um arquiteto de Marília, no interior de SP, registrou um boletim de ocorrência contra um empresário após ter sido xingado de “macaco” e ameaçado em áudios pelo WhatsApp. De acordo com o arquiteto, o caso ocorreu no domingo (5), que denunciou a agressão com uma publicação nas redes sociais na segunda-feira (6).
Ao g1, o arquiteto Pedro Leonardo Negreiros Bonani contou que há dois anos o imóvel comprado do empresário apresenta problemas, como infiltração, bolor e trincas, situação que piora com a chuva.
Na tentativa de conseguir que um pedreiro fizesse o conserto, a vítima pediu novamente, no último domingo, que o empresário avaliasse a possibilidade dos reparos e ainda enviou fotos da situação da casa.
Na conversa, Pedro mandou um áudio e escreveu: “Eu não paguei a casa para viver nessas condições. Seja homem e tenha caráter de botar a mão no bolso e arrumar ‘tudo’ esses problemas”.
O g1 tentou contato com o empresário, que preferiu não se manifestar no momento.
Conforme a denúncia de Pedro, o empresário, irritado, respondeu em tom de ameaça que iria “dar um pau” nele e iria até a porta da casa mostrar o quanto “é homem”. O empresário ainda mandou áudios xingando o arquiteto de “vagabundo” e “macaco”.
Pedro disse ao g1 que não teve discussões anteriormente com o empresário, mas que, durante os anos, não teve os pedidos de resolver os problemas da estrutura da casa atendidos.
“Esses tempos ele chamou um pedreiro para efetuar o serviço, mas ele não tinha nem o material. Estou há dois anos falando que, quando chove, molha a cama que eu durmo. Ele sempre foi educado, mas muito enrolado e irresponsável. No domingo, foi a primeira vez que ele foi racista”, diz.
Pedro então registrou o boletim de ocorrência e acionou os advogados por estar apreensivo após as ameaças.
“Ser xingado de macaco é inadmissível e eu não vou deixar, ainda que eu tiver uma casa nova, isso não anula o crime que ele cometeu. Eu fui chamado de macaco. Minha esposa está grávida, o que complica bastante”, lamenta.
O arquiteto ainda garantiu que já entrou em contato com o banco responsável pelo financiamento para avaliar o custo das reformas. Mas, segundo ele, por não ser proprietário do imóvel, não pode arcar com o conserto.
“Estou no total direito, porque a casa foi comprada e eu não posso tocar nela. As avarias já foram avaliadas em R$ 10 mil para o conserto, mas a seguradora não pode entregar o dinheiro, porque é uma obrigação de quem vendeu durante cinco anos. Ele está errado em todos os lados”, finaliza.
Fonte: G1 (Foto: Pedro Bonani/Arquivo pessoal)