O ex-presidente Lula (PT) cometeu uma gafe sobre policiais neste sábado (30) no momento do discurso em que fazia uma série de críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), seu principal adversário na disputa eleitoral deste ano e que tem nas forças de segurança um forte tema de suas campanhas.
“Hoje temos um presidente que não derramou uma lágrima pelas vítimas da Covid ou com a catástrofe que houve em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Ele não tem sentimento. Ele não gosta de gente, ele gosta de policial. Ele não gosta de livros, ele gosta de armas”, disse o petista em um evento com mulheres na zona norte de São Paulo.
Também nesta semana, Lula afirmou que o mundo “está chato para cacete” e pesado porque todas as piadas viraram politicamente erradas.
“Então não tem mais graça. Se você quer dar risada é nesses programas de humorismo chatos pra cacete na televisão”, disse o petista em encontro com jornalistas e youtubers em São Paulo na última terça (26).
Ao defender um mundo que não seja “unipolar”, em que pessoas com pensamentos diferentes possam conversar, ele chegou a defender as piadas com nordestinos. Lula é pernambucano.
“Queremos um mundo multipolar, que tenha 500 pessoas discutindo na mesa. Aí sim a gente vai ter um mundo feliz. O cara contando piada de nordestino e eu rindo. Eu contando piada de outras pessoas e as pessoas rindo”, afirmou.
Lula também tem protagonizado um vaivém em suas declarações. Dois exemplos mais recentes foram as declarações sobre o aborto e a reforma trabalhista.
No primeiro, o petista afirmou que o aborto deveria ser um “direito de todo mundo”, fornecendo munição para seus adversários.
No dia seguinte, o petista contornou as declarações, se posicionou pessoalmente contra o aborto e defendeu o tratamento para mulheres que realizarem o procedimento na rede pública de saúde.
Já no caso da reforma trabalhista as declarações se arrastam desde o começo do ano. Em janeiro, publicações nas redes sociais de Lula e Gleisi, a favor da “contrarreforma” em implementação na Espanha, causaram reação no setor empresarial.
Emissários de Lula se apressaram a explicar que não se tratava de uma revogação integral da reforma aprovada no governo de Michel Temer (MDB), mas sim a revisão de alguns itens.
Como a Folha mostrou, porém, o PT propôs e a federação partidária que formará endossou a proposta de revogação da reforma –embora o próprio Lula reconheça entraves para a iniciativa.
Em entrevista a uma rádio do Tocantins, depois, o petista afirmou que quer reconstruir uma “relação de trabalho moderna”. “Não é que a gente faça a revogação [da reforma], porque ninguém quer de volta o passado”, ressaltou. (Folhapress)