A Polícia Civil prendeu em uma operação realizada na manhã desta terça-feira (3), em Bauru, nove pessoas no âmbito das investigações relativas ao caso Claudia Lobo. Entre os detidos estão Letícia Lobo, a filha de Claudia, o pai dela, ex-marido de Claudia, e irmã da secretaria-executiva, assim como funcionários da Apae e ex-funcionários da entidade e um policial militar reformado, que fazia serviço de segurança na Apae.
O trabalho desencadeado pelo delegado Glaucio Stocco, titular do Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold), apreendeu também muitas jóias, assim como carros e documentos que teriam sido obtidos via desvios da Apae. Também foram recolhidas armas e celulares, através de mandados de busca e apreensão cumpridos em 18 endereços. Os presos são investigados pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Segundo o delegado, as prisões temporárias, válidas por 5 dias, foram concedidas pela Justiça para que as investigações prossigam. Ele aponta para uma organização criminosa instalada na Apae, inclusive com envolvimento de empresários, com divisão de tarefas.
O chefe do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado Ricardo Dias, afirmou que a Polícia Civil vai quebrar o segredo de Justiça ainda nesta terça-feira (3). Sem poder fornecer mais detalhes por enquanto, ele adiantou que os valores desviados da APAE de Bauru serão revelados à população e são de assustar. “Trata-se de um trabalho muito complexo, envolvendo dezenas de buscas e apreensões. Fizeram a APAE sangrar em milhões de reais”, comentou o delegado. Uma coletiva de imprensa será realizada nesta quarta-feira (4).
RELEMBRE O CASO
Claudia Lobo desapareceu na tarde do dia 6 de agosto, quando deixou a unidade administrativa da Apae onde trabalhava, na rua Rodrigo Romeiro, no Centro, com uniforme, segurando um envelope na mão. Na ocasião, ela embarcou em uma Spin branca da entidade, sem levar bolsa e celular. Também não avisou ninguém para onde iria. A entrada da secretária-executiva no veículo foi flagrada por câmeras de segurança.
O desaparecimento foi registrado na Polícia Civil na noite do mesmo dia. Já a Spin foi localizada na manhã seguinte, destrancada, com a chave no quebra-sol, na Vila Dutra. O veículo passou por perícia e, durante os trabalhos, segundo a Deic, foram encontrados sangue e o estojo de uma arma, compatível com a pistola calibre 380 apreendida posteriormente com o ex-presidente da Apae, Roberto Franceschetti Filho, que está preso no CDP de Guarulhos, acusado pelo crime.
Fonte: Jcnet