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Estudante faz registro complexo de aglomerado de estrelas no céu do interior de SP

Um belo e complexo registro de milhões de estrelas interligadas pela força da gravidade foi feito por um estudante membro do Observatório de Astronomia da Unesp de Bauru (SP).

A foto do astro chamado de “ômega Centauri” foi tirada no último dia 30 de junho por Guilherme Bellini. O jovem de 18 anos também fez no mês de junho um registro das cores da Lua com auxílio de um telescópio.

O registro do aglomerado de estrelas foi feito do próprio local onde fica o observatório e com uso de um telescópio especial, como explica o professor Rodolfo Langhi.

“Não é tão simples fazer a foto de um astro como este. É preciso que o telescópio acompanhe o movimento de rotação da Terra, pois cada foto precisa ter um tempo de exposição de 25 segundos. Se o telescópio não acompanhasse a rotação da Terra, o astro sairia aos poucos do campo visual da câmera fotográfica durante os 25 segundos, prejudicando a foto”, destaca.

Ainda de acordo com o professor do observatório, o telescópio usado possui um espelho paraboloide de 200 mm de diâmetro e 780 mm de distância focal. Acoplado a uma câmera fotográfica, ele funciona aproximadamente como uma teleobjetiva.

Além do equipamento correto, para fazer o registro o estudante também precisou lidar com o excesso de iluminação pública e a poluição, que revela um fundo acinzentado por trás das estrelas. Por isso, para obter a imagem mais real, sem influências foi necessária a junção de dezenas de fotos.

“Foram feitas 70 fotos como essa e reunidas por um software a fim de obter-se apenas uma única imagem a partir das 70 fotos. Após o processamento e tratamento da imagem final, que dura cerca de 4 horas, obteve-se a linda foto como resultado final”, explica o professor.

Aglomerado de estrelas

O aglomerado globular de estrelas ômega Centauri é o que apresenta o maior tamanho aparente em todo o céu visível do planeta. Ele se encontra no céu do hemisfério sul, na constelação do Centauro, perto do Cruzeiro do Sul e foi Edmond Halley em 1677 quem o registrou pela primeira vez.

“Este aglomerado estelar está a uma distância de 15.800 anos-luz daqui, o que significa que esta imagem mostra o passado destas estrelas de 15.800 anos atrás. Ele contém milhões de estrelas e os astrônomos ainda não têm certeza da quantidade exata. Os estudos sugerem que este aglomerado foi no passado uma pequena galáxia capturada pela nossa Galáxia, a Via-Láctea, deformando seu formato até que adquiriu o formato atual. Pelos cálculos e observações, há indícios de que haja um buraco negro no centro do aglomerado”, completa Rodolfo.

Fonte: G1 (Foto: Guilherme Bellini e Rodolfo Langhi/Observatório de Astronomia da Unesp de Bauru)

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