As imagens de São João Batista e Nossa Senhora do Carmo foram arremessadas ao chão e quebradas com uma picareta durante ato de vandalismo na igreja Matriz de Sete Barras, no interior paulista. O padre Francisco Neto disse que as janelas foram arrombadas, roupas sacerdotais e eucaristias espalhadas pelo chão, além de terem roubado o dinheiro das doações dos devotos.
Imagens mostram como ficou a Paróquia São João Batista após a invasão na madrugada desta segunda-feira (2). Até o momento, não há informação sobre quantas pessoas estariam envolvidas no ato de vandalismo.
Segundo o padre, a imagem do padroeiro da cidade, São João Batista, está há 80 anos no local. Já a de Nossa Senhora do Carmo, está há aproximadamente 123 anos no município e têm uma importância histórica à paróquia.
“A Paróquia de Eldorado nos doou essa imagem, veio pelo [rio] Ribeira de barco, foi recebida pela cidade com muita alegria. Tem todo esse simbolismo, não só religioso como cultural”, explicou o sacerdote. Segundo ele, toda igreja é composta pela imagem do patrono e o amparo de Nossa Senhora.
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Invasão
A última missa foi realizada na noite de domingo (1°) e a próxima ocorreria na manhã do dia seguinte, mas precisou ser cancelada. O religioso chegou, por volta das 6h30, encontrou a igreja vandalizada.
“Eles arrombaram a janela da sacristia, entraram, fizeram avaria na própria sacristia com as roupas sacerdotais, jogaram no chão, foram para a igreja, abriram o sacrário, espalharam a eucaristia pelo chão”, descreveu o padre.
Além disso, objetos litúrgicos foram jogados no chão. As imagens dos santos, segundo o padre, foram retiradas do altar e arremessadas. Uma picareta foi usada para furá-las. O objeto ficou inserido na imagem de Nossa Senhora.
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Intolerância religiosa
“Do jeito que estava a igreja quando a encontrei parece que a principal intenção era demonstrar intolerância religiosa mesmo (…) [a pessoa] sabia que ia atingir religiosamente e sentimentalmente toda uma comunidade”, afirmou.
Ele acredita que seja possível restaurar as imagens, mas que elas não ficarão como eram. “Várias partes foram quebradas em micro pedaços e não se consegue juntá-las mais, mas imagino que ficará quase que 90% como a original”.
Para o padre, encontrar a igreja vandalizada causou um sentimento de impotência ao ver que a intolerância religiosa ultrapassa barreiras da moral e dignidade para ferir outras pessoas.
“A pessoa entrou, fez, não teve nenhuma consideração com a história, cultura, religião, com a comunidade em si. Não destruiu só uma imagem, destruiu uma história”, finalizou.
SSP-SP
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que a Polícia Civil investiga o caso que foi registrado como furto, ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato relativo na Delegacia de Sete Barras.
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Fonte: G1