Vídeos das câmeras corporais usadas pelos policiais militares e imagens das câmeras de segurança de um prédio da região mostram que os agentes que abordaram Robson Rodrigo Francisco, acusado de furtar duas caixas de bombom de um mercado na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, amarraram os pés e mãos do homem com uma corda quando ele já estava rendido, algemado e deitado no chão.
Um primeiro vídeo, feito por uma testemunha que estava na UPA Vila Mariana, mostraram o momento em que dois policiais arrastam e jogam o suspeito em uma maca e depois no camburão da viatura. Na época, a Polícia Militar informou que afastou os seis envolvidos na abordagem.
Agora, os novos registros mostram como foi a abordagem. Pelas câmeras corporais usadas pelos PM’s é possível ver que Robson é abordado na rua com outras duas pessoas, que ele alega que não tinham relação com o furto cometido pouco antes. Os policiais liberam os dois na abordagem.
As câmeras mostram que o homem confessa informalmente o furto, e pede que as outras pessoas sejam soltas. Em determinado momento, ele não respeita uma policial após ela pedir que ele se sente no chão. “Pra mim sentar, tio, só dando um ‘rodo’.”
Outro PM da equipe o questiona, perguntando se ele quer ‘tomar um rodo’, e Robson responde que sim, momento que o policial diz “então toma”, e parte pra cima do acusado.
As câmeras de segurança de um prédio da região também captaram a ação, e mostram que quatro policiais foram necessários para algemá-lo. Com Robson já algemado, com as mãos para trás e deitado no chão, a equipe usa cordas para amarrar seus pés e mãos para trás. Em seguida, ele foi levado para a UPA, onde o primeiro vídeo que veio à público foi captado por uma testemunha.
Em nota, a defesa de Robson diz que as imagens mostram “tortura realizada por diversos policiais militares” e que espera que a Justiça tenha coragem de punir os wenvolvidos “pela conduta vergonhosa desses verdadeiros criminosos de farda”.
No último dia 14, o Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a prisão de Robson, que é réu por furto, resistência à prisão e corrupção de menor de idade.
Por meio de nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que a divulgação das imagens das câmeras usadas pelos policiais feita por um portal de notícias mostra, ao contrário do que foi amplamente noticiado, que as câmeras não foram desligadas e registraram toda a ação.
“Essas imagens foram inseridas como prova nos autos do Inquérito Policial Militar e não são divulgadas, conforme previsão legal, resguardando a imparcialidade nas investigações. Os seis policiais envolvidos na abordagem permanecem afastados do trabalho operacional. A Polícia Militar reforça que a abordagem não é compatível com o treinamento e valores da instituição”, concluiu o comunicado do órgão do governo do Estado de São Paulo.
Fonte: CNN Brasil (Foto: Reprodução – Vídeo: Uol)