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Cetesb identifica indústria responsável por mortes de peixes no Rio Piracicaba, prevê punição severa e faz alerta à população

Após morte de milhares de peixes no manancial que corta Piracicaba no último domingo (7), a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) coletou amostras de água do Rio Piracicaba. Segundo comunicou o órgão no início da tarde desta terça (9), o despejo irregular de resíduos industriais já foi interrompido e a origem da substância poluente e tóxica foi identificada, vinda de uma usina de açúcar e álcool na região.

A Cetesb alerta a população para evitar contato direto com a água do Rio Piracicaba, assim como a manipulação ou consumo dos peixes mortos encontrados no manancial.

Apesar da constatação de que o lançamento de efluentes cessou, na manhã desta terça-feira (9), dois dias após o lançamento dos resíduos industriais, ainda havia peixes boiando às margens.

Um relatório parcial sobre as constatações deverá ser divulgado nesta quarta-feira (10), segundo informou a Cetesb.

A Cetesb informou, em novo boletim atualizado sobre o caso, enviado às 18h para EPTV, afiliada da Globo, que equipes da companhia monitoram a operação da Usina São José S/A Açúcar e Álcool, responsável pelo problema, para evitar novos despejos.

A EPTV e o g1 procuraram a Usina São José S/A Açúcar e Álcool e aguardam posicionamento sobre o caso.

 

Em nota anterior, enviada ao g1 às 12h46 desta terça-feira (9), a Cetesb afirmou que são previstas punições severas. A empresa responsável deverá ser investigada por crime ambiental – Leia documento, na íntegra, abaixo.

A Cetesb recebeu as primeiras denúncias sobre o caso no último domingo (7) e enviou imediatamente equipes para apurar as circunstâncias, em parceria com o Serviço Municipal de Água e Esgoto (SEMAE), com o Pelotão Ambiental da Prefeitura de Piracicaba e com a equipe de operação da Barragem de Salto Grande. Amostras coletadas estão em análise e já foi identificada e cessada a origem do derramamento, ocasionado por uma indústria da região. Um relatório parcial será divulgado amanhã, com previsão de punições severas para o agente responsável. A população deve evitar contato direto com a água do rio e os peixes mortos não devem ser manipulados, nem consumidos”, conclui.

Comitê sugere medida paliativa

O Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) sugeriu a liberação de mais água a partir do reservatório de Americana como uma providência paliativa, mas não totalmente efetiva, de amenizar a mortandade causadas por problemas na qualidade da água devido a despejos irregulares.

O órgão pede investigação para saber se o lançamento foi acidental ou proposital e cobre ações punitivas. A cena de peixes mortos às margens do Rio Piracicaba chamou atenção de quem passou pelo manancial e pescadores ouvidos pela EPTV, afiliada da TV Globo, relataram que também havia espuma na água e a coloração era anormal.

Defesa do rio, afirma que o problema estaria concentrado na saída de água da ponte pênsil, na Rua do Porto.

“A gente subiu até uma certa altura do rio e encontrou uma grande espuma, perto da ponte que é o principal cartão postal da cidade. Tinha uma água muito escura, espumante, com uma espuma bem anormal para a realidade do rio”.

 

“Em alguns outros pontos não foi encontrada essa mortandade de peixes. Essa mortandade está vindo depois do ribeirão Tijuco Preto. Vem se estendendo por toda orla do Rio Piracicaba”.

O secretário Ronaldo Delfini Cançado afirma que análises serão realizadas. “Chama a atenção. Claro que nós estamos em uma época de, relativamente, seca. A oxigenação [da água] nessa época é mais baixa, mas estamos trabalhando para detectar o mais rápido possível”. (G1 Piracicaba)

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