Uma família de Tupã (SP) registrou um boletim de ocorrência alegando que uma menina, de sete anos, foi vítima de uma animação produzida por inteligência artificial que a induzia a publicar vídeos nua em uma rede social. O caso será investigado pela Polícia Civil.
A animação é conhecida como “Ballerina Capuccina” e as imagens são divulgadas na internet. O material, classificado como de abuso sexual infantil, foi descoberto pela avó da garota, que cedia o celular para a menina navegar na internet, quando recebeu um e-mail da plataforma de vídeos YouTube informando que um vídeo publicado havia sido bloqueado por conter conteúdo inadequado. O caso teria acontecido em 21 de maio.
A avó relatou à polícia que cuida das netas enquanto a filha trabalha e que, naquele dia, a menina utilizou o celular para assistir a vídeos infantis. Após a notificação da plataforma, ela acessou o e-mail e encontrou um vídeo da menina nua.
Nessa gravação, a vítima, que aparecia em uma janela de vídeo no canto inferior direito da tela, supostamente obedecia a comandos de uma personagem infantil conhecida como “Ballerina Capuccina”.
Em entrevista à TV TEM, a Delegada Milena Davoli, responsável pelo caso, explicou como a criança provavelmente foi coagida a divulgar o vídeo.
“A criança ia até o aplicativo, acessava vídeos que eles denominam de ‘shorts’, que são vídeos curtos, e através dessa ferramenta, os abusadores tiveram contato com essa criança, acredita-se que através de uma live, e então captaram as imagens exibidas pela vítima”, explica.
Ainda segundo a delegada, a recomendação para os responsáveis pelas crianças é que, ao fornecer o aparelho, o celular não esteja conectado às redes de computadores e, quando houver acesso à internet, seja necessário o acompanhamento das atividades.
O caso foi registrado na Delegacia de Investigações Gerais da cidade (DIG) como crime consumado, enquadrando-se no Artigo 240 – Utilizar-se de criança ou adolescente em cena de sexo explícito. Nenhum suspeito foi identificado.
Fonte: G1